Por conta do meu eterno interesse nos fenômenos da paranormalidade e da mediunidade, achei que valeria a pena compartilhar com vocês os resultados dessa permanente pesquisa que faço, colecionando mapas astrológicos de paranormais e procurando pontos em comum entre eles.
Do ponto de vista da Astrologia, os chamados “planetas modernos” (Urano, Netuno e Plutão) são os que imprimem marcas mais profundas em todos nós, ao mesmo tempo em que são chamados de “planetas geracionais” pelo fato de ficarem longos períodos percorrendo cada signo: Urano demora sete anos para passar em cada morada zodiacal; Netuno demora quatorze anos para fazer o mesmo trajeto, e Plutão, por ter uma órbita mais elíptica, se alterna entre passagens zodiacais que duram quinze anos e outras que podem durar até trinta. Todos eles, por conta desta característica geracional, não imprimem em nós características individuais.
Para tentar sintetizar o papel de cada um deles no nosso mapa astrológico, vamos utilizar algumas palavras-chave: - Urano é a intuição súbita, o relâmpago, o raio, o chamado “insight” (a visão interior).
- Netuno é o sonhador, o criativo, o sensitivo, o médium, o paranormal, aquele que se conecta facilmente com outras dimensões da existência.
- Plutão é o mergulho profundo dentro de nós mesmos, a percepção do que não foi dito, o oculto, a morte e o renascimento, a transmutação.
Embora todos os três possam nos gerar percepções e experiências que vão além dos nossos cinco sentidos habituais, Netuno — regente do signo de Peixes e da Casa 12 — é o planeta que sempre vamos encontrar colocado em destaque no mapa de médiuns, paranormais e espiritualistas, principalmente em aspectos marcantes com Sol, Lua, Mercúrio, Vênus e Marte (os chamados “planetas pessoais”), além dos quatro ângulos (Ascendente, Descendente, Meio do Céu e Fundo do Céu).
Nesta pesquisa que venho fazendo durante toda a minha vida, colecionando mapas de pessoas com dons paranormais, sempre percebo a presença de Netuno fazendo esta conexão com dimensões que não são visíveis para nós e dotando essas pessoas de capacidades inusitadas e impressionantes. Assim sendo, vão ser disponibilizados aqui os mapas astrológicos de seis dos paranormais com quem tive a oportunidade de conviver e que acabaram me motivando a escrever um livro sobre eles: “Encontros com médiuns notáveis” (Editora Best Seller, 2005, RJ - 6ª edição). No entanto, neste blog o texto é mais detalhado do que na publicação original, já que se destina a vocês que se interessam um pouco mais pela linguagem do simbolismo astrológico.
Vamos conhecer o quinto mapa, o do inacreditável Lourival "Nero" de Freitas, o cirurgião mediúnico que tinha Chico Buarque e Tom Jobim como "anestesistas", que operava os pacientes usando música para eliminar a dor.
Lourival é o único dos médiuns aqui retratados que foi uma figura pública: durante as décadas de 1960 e 1970 ele era assunto constante nas revistas da época, porque tinha amigos que eram músicos famosos, como Chico Buarque, Tom Jobim, Miúcha, Toquinho, entre outros. Seu dom era o de realizar cirurgias espirituais onde operava seus pacientes fisicamente, utilizando qualquer instrumento cortante que estivesse à mão.
A relação com os músicos se explica porque eles eram seus “anestesistas”: para que os pacientes não sentissem dor durante o procedimento, ele tinha sempre algum instrumentista por perto, a quem orientava em relação ao “repertório” que o “anestesista” deveria executar. O paciente ficava acordado, lúcido, e não sentia nenhum tipo de dor ou incômodo enquanto ele cortava, retirava tumores e costurava os cortes.
Eram duas colocações importantes do planeta Netuno: primeiro formando um aspecto significativo — um trígono “largo”, com 129 graus de órbita — com a Lua, sendo que ambos se encontravam em casas do elemento água (casas Doze e Quatro, respectivamente), o elemento mais marcante nas captações intuitivas e mediúnicas. De qualquer maneira, a colocação no signo de Virgem — o signo da cura, da saúde — e na Casa Doze — a casa de Peixes, da compaixão, da ajuda ao próximo — deixa a marca típica dos sensitivos no seu mapa.
A forte colocação do planeta Marte, situado na Casa Um e no signo de Escorpião, além de formar um sextil com Netuno, caracterizava sua habilidade cirúrgica e mediúnica, já que esta posição é muito encontrada no mapa de grandes cirurgiões. Plutão é o regente de Escorpião nos dias de hoje, mas Marte continua sendo considerado o regente tradicional do signo, já que o avistamento daquele é uma descoberta recente (só foi avistado no início do século XX) da astronomia e da astrologia. Mas o próprio Plutão também acabava reforçando este potencial, já que formava ângulos marcantes (quadraturas) com o Sol e a Lua.
A ênfase em Libra — seu signo Solar e Ascendente, o signo da arte, da estética e da beleza — explica sua relação com a música, instrumento fundamental no seu trabalho de cura, e a sua amizade com tantos músicos. Vênus, regente de Libra, no signo de Virgem e na Casa Doze, também reforçava suas inclinações de curador e dava espaço para suas constantes manifestações de amor pelas pessoas, mesmo que estas manifestações tivessem sua pitada de inusitado em função da oposição de Urano — o planeta do diferente, do inesperado — ao Sol e ao Mercúrio em Libra: a frase “eu te amo, pô!” era uma das suas preferidas.
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